Crítica - Engenheiros do Hawaii - "Longe Demais das Capitais" (1986)

     1986: O país era governado por José Sarney e vivia um momento de pós ditadura com uma democracia extremamente vulnerável e frágil. Diante desse caos surgia uma banda que iria denunciar tudo que aquilo que era visto: os Engenheiros do Hawaii, formada por alunos da Escola de Arquitetura da UFRGS no dia 11 de Janeiro de 1985. Dali até o seu primeiro disco "Longe Demais das Capitais"  seria um pulo para um dos discos mais icônicos e emblemáticos do rock brasileiro.


    "Longe Demais das Capitais" surge então no meio desse cenário de inquietação dos integrantes, mais precisamente da cabeça de Humberto Gessinger que na época tocava guitarra e assumia os vocais da banda.

    O disco tem uma sonoridade bem diferente dos outros discos que viriam a seguir, com uma mistura de ska, de reggae, de groove, da influência de bandas como The Clash e The Police, as letras denunciavam as figuras políticas como em Toda Forma de Poder com "Fidel e Pinochet tiram sarro de você que não faz nada", "o fascismo é fascinante, deixa a gente ignorante fascinada"  e por aí vai.

    Além do new wave, pós-punk e ska presentes no disco vemos um Gessinger estreante nos vocais também bem diferente com um predomínio de ressonância de rinofaringe, uma voz mais clara, mais anasalada e em uma live ele fala que na gravadora eles só terem tido o  horário da manhã pra gravar, que sua voz disco saía "como sua voz no travesseiro".

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